MERGULHOS

O mar atrai-me muito mas ao mesmo tempo tenho receio da sua imensidão, da sua força e principalmente da sua profundidade. Muito respeitinho!...

Um dos itens que escrevi na minha lista de desafios/objectivos faz muitos anos foi “Fazer Mergulho”. Pelo menos não era um dos menos atingíveis, como o de “Ir à Lua”…

Em Maio de 2000, na minha viagem à Republica Dominicana, não fui com a intenção de fazer mergulho mas, após longos dias em cheio naquela praia maravilhosa, com aquela cor de mar de encantar e com pouco mais para fazer que passear quilómetros no infindável areal, boiar na piscina a ver as estrelas, dançar merengue e trabalhar para o bronze, achei que seria a altura ideal para me pôr à prova e aproveitar assim o meu precioso tempo livre.

Foi nessa altura que conheci o Peter Sous, um jovem ungaro aventureiro, instrutor no centro de mergulho local, que até hoje procuro nas redes sociais. Inexplicadamente, anos depois acabámos por perdemos o contacto.

O primeiro mergulho foi um desastre! Uma pequena falha de comunicação, quiçá medo, fez-me compreender erradamente a forma de descomprimir o ar na descida (acho que é assim que se diz)! Resultado, não desci mais que três ou quatro metros de profundidade e voltei para cima desorientada, mal disposta e com intensas dores de ouvidos! Jurei para nunca mais principalmente depois de ter dado de comer aos peixes… Meu rico pequeno-almoço!

Felizmente tive o bom senso de voltar a tentar dias depois.

Acho que nunca mais me vou esquecer daquela sensação maravilhosa de estar a 10 ou 11 metros de profundidade, a ver diversos peixes de variadíssimas cores, estrelas-do-mar, corais, enfim um paraíso abaixo da superfície, onde quase não há som e os movimentos parecem ser em câmara lenta. Este foi o primeiro de dois mergulhos maravilhosos e com sucesso ao largo de Punta Cana.

Exactamente 11 anos depois, no México, propus-me novamente ao desafio, desta vez com a certeza que tudo iria correr bem! Pensei que era como andar de bicicleta.

…Curiosamente, quem me fez apaixonar pela ideia de conhecer o México e principalmente Playa del Carmen foi o amigo Peter que, de tanto me falar deste local, deixou-me curiosa e com água na boca. Good memories “Peter Of The Sea”, Mano Negra/Manu Chao were there with me!...

Infelizmente não foi tão fácil como pensei! Logo quando entrei na água engoli meio mar das Caraíbas com quilos de sal. Atrapalhei-me toda, não me consegui concentrar, a água entrava na máscara, que embaciavam rapidamente… sim, cuspi na máscara e tenho que aperta-la e expirar, mas se tiveres a pensar na morte da bezerra não é assim tão fácil… enfim, entrei em “stress” e não fui a mais que três metros de profundidade… acho eu!

Novamente jurei para nunca mais! Além de mal disposta fiquei frustrada, triste e irritada por não ter conseguido, já não me bastava a frustração de não ter saltado no Cenote… (esta já é outra história)... maricas!!!

Aqui ficam as provas do crime, algumas fotos tiradas por Miguel Castela, um instrutor de mergulho com paciência de Jó!... Pois é, quem vive no paraíso tem que ter algum castigo!...

 Agora, a frio, já não me parece que fique por aqui, não gosto de deixar as coisas pela metade! Me aguardem, mais oportunidades virão para ver o fundo ao mar, ele não me há-de vencer!