LIVRE
Muitas vezes perguntam-me porque gosto
tanto de fazer viagens sozinha. Penso que todos nós, a certa altura da vida deveríamos
fazer algo parecido, estar a sós
connosco num lugar desconhecido, longe da nossa zona de conforto. Tenhamos ou
não problemas, seja qual a altura da vida, seja qual for o destino, tudo conta
desde que sirva para te encontrares contigo, para te conheceres melhor e testar os teus
limites. A minha primeira aventura foi há 16 anos, e desde então já fiz 14.
Em cada uma, aumento o grau de “dificuldade”, ou seja, cada vez mais viajo sem
destino certo, sem grandes regras ou planeamentos e para lugares cada vez mais
longe ou jamais previstos. Com isto sinto que cresci imenso, que me conheço
muito melhor, conheço os meus limites e, acima de tudo, aprendi a gostar muito mais
de mim.
Não digo que devemos fazer viagens
só para fora do nosso país, mas mesmo no nosso país, na nossa região ou na
nossa cidade, podemos encontrar “viagens” que feitas a sós serão o início para
te conheceres a ti própria e aprenderes a dar-te mais valor.
Vi o filme “Wild”, em português
traduzido para “Livre”, adorei e recomendo. O livro tem o mesmo nome “Livre” –
A Jornada de Uma Mulher em Busca de Um Recomeço - de Cheryl Strayed, de certo que
será muito mais completo que o filme. Uma rapariga que está a passar por
diversos problemas na vida e resolve fazer um percurso pedestre, de mais de
1000Km, sozinha, pela costa dos EUA, PCT – Pacific Crest Trail. Confesso que o
meu grau de dificuldade não se compara com o desta história, nem procuro um
recomeço, mas é uma façanha muito grande e bonita a desta mulher. Vê e
inspira-te.
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