Certa altura da minha vida perguntei-me porque era eu tão tímida, porque nunca queria sair de casa, porque tinha receio de falar com as pessoas, porque nenhuma roupa me ficava bem, porque me sentia constantemente triste e deslocada.
Não tão instantaneamente como esperava, mas a seu tempo e com a ajuda de uma grande amiga descobri que o que me faltava era gostar de mim!
Aos poucos apreendi a compreender-me, a olhar-me, a descobrir-me e surpreendi-me. Descobri que sou humana, que erro, que tenho defeitos, mas que também tenho qualidades, que sei ser amiga, ajudar os outros, que sou lutadora, independente, inteligente e que tenho muitos mais atributos que nem sempre os outros reconheceram em mim. Este é um processo que demora o seu tempo e que está em constante desenvolvimento, mas uma vez que tomamos consciência que queremos mudar e acreditar em nós, o processo fluí!
Hoje em dia, por mais acontecimentos do passado ou do presente que me entristeçam, que me deprimam ou que me magoem, não me sinto intimidada, porque sei que, por mais difícil que seja viver a vida, sou uma pessoa forte o suficiente para ultrapassar os problemas.
Contudo não quero dizer que a consciência e aceitação de mim própria se sustenta sozinha. Desde que comecei a gostar de mim, comecei a gostar mais dos outros e a ter o retorno. Tenho amigos com “A” grande e uma família que está do meu lado.
Aprendi que, saber distinguir as pessoas certas para estar ao nosso lado e aceitar que erramos é gostar de nós, aceitar que os outros erram e fazer esforços para resolver situações difíceis é ser inteligente, deixar que os problemas nos consumam e ter eternamente pena de nós é burrice e perda de tempo!
Posso não ter uma vida de sonho, mas continuo a sonhar com isso e contar comigo já é meio caminho andado.
Espero que estas palavras ajude alguém!...
Comentários
Se procuras ajudar alguém, desta forma simples e natural, tal como um dia alguém, provavelmente da mesma forma, te ajudou a ti, parece-me que é a prova de que, a determinada altura, todos precisamos uns dos outros.
É bom saber que os "outros" existem e que também somos os "outros".
Paula T.